A sombra de cada um de nós
- Talita Carvalho
- 12 de abr. de 2019
- 1 min de leitura

Alexandre Felipe de Oliveira - CRP 06/142422
O ser humano é um misto de contradições. Quando se trata de emoções, não há uma padronização de sentimentos e comportamentos que definem como as pessoas interagem diante do mundo. Diante dessa complexidade do indivíduo, aquela frase que diz que “ninguém é 100% bom ou mau” é verdadeira: não somos só luz, somos também sombra.
A psicologia analítica de Carl Jung considera como sombra os aspectos obscuros da personalidade que estão conturbados na nossa psique e por isso é reprimido, ficando mergulhado na profundidade do nosso ser. Sendo assim, o que não está bem resolvido dentro de nós, de alguma forma irá se manifestar direta ou indiretamente em algum momento, independente da vontade do sujeito.
Muitas vezes não temos consciência do lado sombrio da personalidade, ficando no submundo do inconsciente, pois a ideia moral cristã impregnada na sociedade prega que o homem é capaz de se controlar emocionalmente somente para o bem e por isso, enquanto ser “bom” é louvável, qualquer aspecto que desvia do que é considerado como positivo, é visto como uma falha ou sinônimo de culpa, o que faz com que o indivíduo rejeite essa manifestação que deveria ser natural.
O equilíbrio emocional é de fundamental importância na qualidade da saúde mental como um todo, mas para que isso aconteça é necessário a autocrítica e o enfrentamento com o lado sombrio da nossa psique, tornando-a consciente para trabalhar a fim de transfigurá-la, ressignificando a relação com o mundo interno e redescobrindo as potencialidades de si como agente ativo de transformação.
Comentários